Um homem, certo dia, viu surgir uma pequena abertura num casulo. Sentou-se perto do local onde o casulo se apoiava e ficou a observar o que aconteceria, como é que a lagarta conseguiria sair por um orifício tão miúdo. Mas logo lhe pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso, como se tivesse feito todo o esforço possível e agora não conseguisse mais prosseguir. Ele resolveu então ajudá-la: pegou uma tesoura e rompeu o restante do casulo. A borboleta pôde sair com toda a facilidade, mas seu corpo estava murcho; além disso, era pequena e tinha as asas amassadas.
O homem continuou a observá-la, porque esperava que, a qualquer momento, as asas se abrissem e se estendessem para serem capazes de suportar o corpo que se firmaria a tempo. Nada aconteceu ! Na verdade, a borboleta passou o restante de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura eram o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo dela circulasse até suas asas, para que ela ficasse pronta para voar assim que se livrasse daquele invólucro.
Algumas vezes o esforço é justamente aquilo de que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar pela existência sem quaisquer obstáculos, ele nos condenaria a uma vida atrofiada. Não seríamos tão fortes como poderíamos ter sido. Nunca poderíamos alçar vôo.
( Para que a minha vida se transforme, Maria Salette, Wilma Ruggeri )
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