terça-feira, 6 de agosto de 2013

Em consonância


Na filosofia estoica a simplicidade era um conceito importante. Sobretudo o Imperador Marco Aurélio, um filósofo que ocupava o trono do império, amava esse conceito. Ele usava a palavra grega haplotes, usada frequentemente também na Bíblia. Ele achava que nas pessoas verdadeiramente boas tudo deveria ser simples e com muita boa vontade".Uma vez ele disse a si mesmo: "Não deixe a inquietação dominá-lo, torne-se simples!" Para Marco Aurélio, ser simples significa cumprir sua missão sem segundas intenções, não se deixar determinar pelas paixões e libertar-se das ilusões que frequentemente criamos a respeito da vida. O homem simples não tem malícia. Ele não desconfia dos outros. O filósofo também não deve formular frases complicadas. A característica de um autêntico filósofo é muito mais a simplicidade: "Simplicidade e modéstia são inerentes à filosofia". Mas, sobretudo, a simplicidade é o objetivo da humanização. O verdadeiro ser humano é simples e sincero, sem malícia e sem segundas intenções. Assim, Marco Aurélio diz: "Quando, finalmente, querida alma, você aparecerá bem, simples ( haplous), una consigo mesma e sem dissimulações, mais transparente do que o corpo que a envolve?" Para Marco Aurélio a simplicidade é um dos maiores bens, pelos quais ele se orienta na vida. Simples é aquela pessoa que está em consonância com a natureza e é livre de paixões. O ser humano simples está simplesmente presente. Ele vive em consonância com a essência do seu ser e com Deus. Ele é correto e sem malícia, sincero e claro.

( Anselm Grün )